• Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
  • Residência de Neurocirurgia na Santa Casa de Belo Horizonte.
  • Fellow em Radiocirurgia e Neurocirurgia Funcional pela Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) EUA.
  • Neurocirurgião do Corpo clínico do Hospital Sirio Libanês e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • Autor do Neurosurgery Blog
  • Autor de 4 livros
  • Colaborador na criação de 11 aplicativos médicos.
  • Editor do Canal do YouTube NeurocirurgiaBR
  • Diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) 
  • Delegado da Associação Médica Brasileira (AMB)

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Câncer de pâncreas: entenda doença – Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Beneficência Portuguesa.

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O câncer de pâncreas é uma doença maligna que se origina no pâncreas, uma glândula vital localizada atrás do estômago, que desempenha papéis cruciais na digestão e na regulação do açúcar no sangue. Infelizmente, o câncer de pâncreas é conhecido por ser uma doença particularmente agressiva e difícil de tratar, frequentemente diagnosticada em estágios avançados, quando as chances de cura são significativamente reduzidas. A forma mais comum de câncer de pâncreas é o adenocarcinoma ductal pancreático, que surge nas células que revestem os ductos do pâncreas. Outros tipos menos comuns incluem tumores neuroendócrinos pancreáticos (NETs), que se desenvolvem a partir das células produtoras de hormônios do pâncreas. Devido à localização profunda do pâncreas no abdômen, os tumores em estágio inicial geralmente não causam sintomas perceptíveis, o que contribui para o diagnóstico tardio e o mau prognóstico associado à doença.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pâncreas incluem idade avançada (a maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 65 anos), tabagismo, histórico familiar de câncer de pâncreas ou certas síndromes genéticas (como mutações BRCA e síndrome de Lynch), pancreatite crônica, diabetes, obesidade e uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas. Embora os sintomas do câncer de pâncreas possam ser vagos e inespecíficos, principalmente nos estágios iniciais, alguns sinais de alerta que devem levar a uma avaliação médica incluem icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), perda de peso inexplicável, dor abdominal ou nas costas persistente, início recente de diabetes, fezes claras e urina escura, e indigestão ou náusea persistentes. Infelizmente, muitos desses sintomas não aparecem até que o câncer tenha se espalhado para órgãos próximos ou linfonodos distantes, tornando a doença mais difícil de ser tratada com sucesso.

O diagnóstico de câncer de pâncreas geralmente envolve uma combinação de exames de imagem, exames de sangue e biópsia. A tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e o ultrassom endoscópico (EUS) são técnicas de imagem comumente usadas para visualizar o pâncreas e identificar quaisquer anormalidades. Os exames de sangue podem incluir marcadores tumorais, como CA 19-9, que podem estar elevados em casos de câncer de pâncreas, embora esse marcador não seja específico para a doença. Uma biópsia, na qual uma pequena amostra de tecido é removida do pâncreas e examinada ao microscópio, é necessária para confirmar o diagnóstico de câncer e determinar o tipo e o estágio do tumor. O estadiamento, que indica a extensão da disseminação do câncer, é crucial para orientar as decisões de tratamento e prever o prognóstico. O câncer de pâncreas é geralmente estadiado de I a IV, sendo o estágio IV o mais avançado, indicando que o câncer se espalhou para locais distantes.

O tratamento do câncer de pâncreas depende do estágio e da localização do tumor, bem como da saúde geral e das preferências do paciente. A cirurgia oferece a única chance potencial de cura, mas é uma opção apenas para uma minoria de pacientes cujos tumores estão confinados ao pâncreas e não envolveram vasos sanguíneos importantes ou se espalharam para outros órgãos. Em casos em que a cirurgia é possível, o procedimento mais comum é a pancreaticoduodenectomia, também conhecida como procedimento de Whipple, que envolve a remoção da cabeça do pâncreas, parte do intestino delgado, parte do ducto biliar e a vesícula biliar. Para a maioria dos pacientes com câncer de pâncreas, a doença é diagnosticada em um estágio avançado, quando a cirurgia não é uma opção. Nesses casos, o tratamento se concentra no controle dos sintomas, na melhoria da qualidade de vida e na extensão da sobrevida. A quimioterapia, muitas vezes combinada com a radioterapia, é o tratamento padrão para o câncer de pâncreas avançado. Embora esses tratamentos possam ajudar a reduzir os tumores, aliviar a dor e retardar a progressão da doença, eles raramente levam à cura. Terapias direcionadas e imunoterapia são abordagens mais recentes que demonstraram alguma promessa em ensaios clínicos e estão sendo ativamente investigadas.

Apesar dos avanços na pesquisa e no tratamento do câncer, o câncer de pâncreas continua sendo uma doença desafiadora e muitas vezes fatal. A taxa de sobrevida em cinco anos para todos os estágios combinados de câncer de pâncreas permanece baixa, em torno de 10-15%, destacando a necessidade urgente de melhores estratégias de detecção precoce e tratamentos mais eficazes. Os esforços de pesquisa em andamento estão focados em entender a biologia do câncer de pâncreas, identificar novos alvos para terapia medicamentosa e desenvolver biomarcadores para detecção precoce. Os ensaios clínicos desempenham um papel crucial na avaliação de novas abordagens de tratamento e na melhoria dos resultados para pacientes com câncer de pâncreas. Embora o câncer de pâncreas seja uma doença formidável, a conscientização sobre os fatores de risco, o reconhecimento dos possíveis sintomas e a busca de avaliação médica imediata podem contribuir para a detecção precoce. O diagnóstico precoce, juntamente com os avanços na pesquisa e no tratamento, oferece esperança para melhorar o prognóstico e a sobrevida dos pacientes afetados por essa doença devastadora.